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CONGELAMENTO DE EMBRIÕES E ÓVULOS: UM FUTURO MAIS QUE PRESENTE

CONGELAMENTO DE EMBRIÕES E ÓVULOS: UM FUTURO MAIS QUE PRESENTE

Em tempos modernos, em que a evolução do conhecimento é constante e a reprodução assistida vem avançando em tecnologia e eficiência, o sonho da concepção, naturalmente lesado, pode deixar de ser uma utopia para se tornar uma realidade vivida intensamente.

A fertilização in vitro (FIV), criada inicialmente para tratar mulheres com problemas tubários, é hoje uma técnica amplamente utilizada para outras formas de infertilidade, tornando-se cada vez mais popular.

Nesse tratamento, os óvulos e os espermatozóides obtidos são manuseados em laboratório e a sua junção ocorre em uma placa de vidro, dando origem aos embriões, daí o nome “fertilização in vitro”. Muitas vezes, ocorre a produção de um número de embriões superior ao que pode ser transferido para o útero e assim, surgiu a necessidade de se congelar os embriões excedentes, para que os mesmos pudessem ser utilizados posteriormente.

A primeira gravidez com embriões humanos congelados foi publicada em 1983. Hoje constitui um procedimento confiável e rotineiro, que se tornou essencial às técnicas de reprodução assistida. Existem duas técnicas de congelamento, o congelamento lento e a vitrificação, sendo esta última superior por permitir maior chance de sobrevivência ao embrião (cerca de 100%).

Com a possibilidade do congelamento de embriões, os casais submetidos à FIV podem ter mais de uma tentativa de gravidez sem ter que reiniciar o tratamento. Uma vez que haja embriões congelados, basta preparar o endométrio da mulher para recebê-los, o que oferece aos casais maior possibilidade de sucesso gestacional. Além disso, esse procedimento minimizou a ocorrência de gestações múltiplas.

Surge então um novo desafio: já que é possível congelar embriões, por que não congelar óvulos?

Os óvulos são mais sensíveis às técnicas de congelamento do que os embriões, o que impõe limitações a este procedimento. Entretanto, em 1990, ocorreram os primeiros relatos de crianças que nasceram provenientes desta técnica. Desde então, vários estudos foram realizados e hoje já é possível congelar óvulos, com uma taxa de sobrevivência de 65 a 100%.

O congelamento de óvulos é uma alternativa de preservar a fertilidade em duas situações, principalmente: mulheres com diagnóstico de câncer que serão submetidas à quimioterapia e mulheres de até 37 anos que não têm perspectiva reprodutiva a curto prazo.

A quimioterapia pode danificar o tecido ovariano de forma irreversível. O congelamento de óvulos, neste caso, é a única forma de garantir que a mulher possa ter um futuro reprodutivo após o término do tratamento oncológico.

Já com relação à segunda indicação, esta tem se tornado cada vez mais prevalente nas clínicas de reprodução assistida, com a entrada da mulher no mercado de trabalho. Atualmente, as mulheres tendem a postergar a maternidade, porém a evolução para a menopausa é inevitável. Congelar óvulos constitui, desta forma, uma alternativa essencial para preservar a fertilidade da mulher moderna.

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